terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Dez!

Dez meses. Dez meses e três dias, para ser mais precisa.

Na véspera de os completar, ouvi, pela primeira vez, a Margarida chamar "mamã", enquanto choramingava, de braços esticados para mim.

Assim, sem que nos apercebessemos muito bem de como a coisa se deu, a Margarida deu um novo salto, desta vez, na linguagem. Literalmente de um dia para o outro, passou a pedir "papa" e a demonstrar que já entrou no esquema causa-efeito, que reconhece cada gesto que me vê repetir há meses -  e a sensação de que ela me viu/ouviu, realmente, durante estes meses todos, que absorveu e assimilou, é para lá de espectacular.  Agora, quando lhe digo que vou preparar a papa dela, já não sinto que estou a falar por falar. A Margarida percebe, arregala os olhos, repete alegremente "papa!" e faz o som de quem está a comer e a saborear. 

Nesta coisa da maternidade, evito ânsias, projecções e desejos de relógios apressados. Percebi que o tempo voa mesmo e que, dentro de nada, terei saudades desta fase. Tal como já sinto saudades das que passaram. Sei que a única coisa que anseio de verdade é ouvir a Margarida. Quero ouvir o que ela tem para dizer, o que pensa, como o estrutura, o que quer. Pensar que, um dia, a Margarida nos dará esse acesso ao que se passa naquela cabecinha parece-me de tal forma fascinante, que é impossível não vibrar com tudo o que começa agora a acontecer.

Ver a Margarida dizer "deita!" à pobre Lara (a cadela), com o dedo indicador esticado, é coisa para me fazer andar ali entre o rebolar no chão de tanto rir e o querer enchê-la de beijos até ela não aguentar mais e chorar.

Gradualmente, a Margarida está a deixar de comunicar à sua forma e a ajustar-se à nossa comunicação. A mostrar que percebe, que esteve sempre atenta (aqueles olhos nunca enganaram!), que sabe o que quer e que vai fazer questão de nos deixar sempre sem quaisquer dúvidas. 

Desde que nasceu, sinto como se a Margarida crescesse dentro do meu peito, tanto quanto cresce fora dele, no seu próprio corpo. E ela cresce, em mim, de forma galopante. Cresce, espalha-se, contamina tudo de amor. 

Com um coração tão redondo, era impossível não rebolar no chão de tanto rir!

Oh Happy Daisy | Facebook

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...