quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Se não podes com eles...

Imagem via Pinterest
Quando decidimos o nome da nossa filha, tínhamos plena noção que se tratava de um nome dado a possíveis degenerações para coisas estranhas. E, mesmo que não tivéssemos, o tenebroso 'Guida' e o ainda pior 'Guidinha' rapidamente surgiram, em tom de brincadeira. 

O drama das Guidas é tal, que fomos logo alertados para esse destino inevitável, que aguardava a Margarida, como que a esfregar sadicamente as mãos. Se é Margarida, será, invariavelmente, mais cedo ou mais tarde, em menor ou maior escala, uma Guida. Ou Guidinha. 

Ingénua que era, acreditava que esses tempos já eram, que, no máximo, teríamos uma Maggie ou uma Magui. É que eu até compreendo, Margarida é um nome longo. Dá algum trabalho, exige alguma articulação e admito que eu própria já me enrolei uma ou outra vez.  

Mas é, para mim, o nome mais bonito. O mais especial... É o nome que nós escolhemos, aquele que (tão bem) identifica a nossa filha. O que lhe assenta que nem uma luva. Nome de flor. A nossa Margarida. 

Esta semana, na creche, quando preparava a Margarida para voltarmos para casa, ouvi "Guida, já vais embora?". Continuei. Outra vez. Três vezes. A insistência fez-me olhar para trás, mesmo sem ter feito qualquer associação. Era a auxiliar da sala da Margarida. Aquela senhora, genuinamente querida, que lhe dá sempre um beijinho repenicado e recebe em troca o sorriso feliz da Margarida. 

Acho que andei numa espécie de negação, porque, na verdade, esta não foi a primeira vez que ouvi referirem-se assim à Margarida, lá na creche. Achei sempre que era em tom de brincadeira, de tão má que a outra hipótese seria. Então, ria-me. Mas esta semana tive a certeza - seja para a educadora ou para as auxiliares, a minha filha é uma Guida.

Sei que se trata de uma guerra desigual, mas eu recuso-me a deixar que o destino desta Margarida seja igual ao das restantes. 

Se não podes com eles, mais um motivo para não te juntares a eles! 

O nome da minha filha é M-a-r-g-a-r-i-d-a.

Oh Happy Daisy | Facebook

1 comentário:

  1. A minha mãe tem uma Isabelinha e uma Rosinha (e sempre detestou estes "inhos"). Quando cheguei ela fez questão de proibir toda a gente de me chamar Raquelinha. Fez finca pé e resultou: nunca fui Raquelinha para ninguém. Às vezes é preciso dizer às pessoas, elas não fazem por mal, claro, mas se é Margarida, não é Guida.

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